O QUE É O CÂNCER DO INTESTINO?
O câncer do intestino grosso, chamado também de tumor do cólon e do reto ou colorretal, é uma doença que pode ser evitada. Trata-se de um dos tumores mais freqüentes entre homens e mulheres no mundo ocidental.
É o quinto câncer mais diagnosticado no Brasil, e o segundo na região sudeste. Quando descoberto tardiamente pode ser fatal. Quase metade dos pacientes com este câncer ainda morre em menos de 5 anos após tratamento. Por isso é tão importante a sua detecção precoce, quando a possibilidade de cura é grande. Quando detectado no começo, a sobrevida ultrapassa 90%.
Dados da estimativa do Inca (Instituto Nacional de Câncer) revelam que em termos de incidência, o câncer de cólon e reto configura-se como a terceira causa mais comum de câncer no mundo em ambos os sexos e a segunda causa em países desenvolvidos.
Cerca de 9,4%, equivalendo a um milhão de casos novos, de todos os cânceres são de cólon e reto. Os padrões geográficos são bem similares entre homens e mulheres; porém, o câncer de reto é cerca de 20% a 50% maior em homens na maioria das populações. A sobrevida para esse tipo de doença é considerada boa, se o problema for diagnosticado em estádio inicial. A sobrevida média global em cinco anos se encontra em torno de 55% nos países desenvolvidos e 40% para países em desenvolvimento. Esse prognóstico faz com que o câncer de cólon e reto seja o segundo tipo de câncer mais prevalente em todo o mundo, com aproximadamente 2,4 milhões de pessoas vivas diagnosticadas, ficando atrás somente do câncer de mama em mulheres.
A história familiar de câncer de cólon e reto e a predisposição genética ao desenvolvimento de doenças crônicas do intestino configuram-se como o mais importante fator de risco para o desenvolvimento desse tipo de doença. Além disso, uma dieta baseada em gorduras animais, baixa ingestão de frutas, vegetais e cereais; assim como, consumo excessivo de álcool e tabagismo, são fatores de risco para o aparecimento da doença. A idade também é considerada um fator de risco, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade elevam-se com o aumento da idade. A prática de atividade física regular está associada a um baixo risco de desenvolvimento do câncer de cólon e reto.
A detecção precoce de pólipos adenomatosos colorretais (precursores do câncer de cólon e reto) e de cânceres localizados é possível pela pesquisa de sangue oculto nas fezes e através de métodos endoscópicos.
O QUE SÃO PÓLIPOS?
Pólipos são lesões benignas que se desenvolvem na mucosa do intestino grosso de algumas pessoas. Geralmente, não causam sintomas, e só são descobertos quando é realizado exame de colonoscopia ou Rx do intestino (chamado de enema opaco). Através da colonoscopia, o pólipo pode ser retirado e examinado para saber se já se transformou em câncer.
Qualquer pessoa pode ter pólipos ao longo da vida. Os jovens podem ter pólipos também e muitas vezes estes estão associados a doenças genéticas.
Mesmo em países com recursos abundantes, como os EUA, têm-se encontrado dificuldades na realização de avaliação diagnóstica por exames endoscópicos em pacientes com presença de sangue oculto nas fezes, impossibilitando a implantação de rastreamento populacional. O objetivo dessa estratégia não é diagnosticar mais pólipos ou mais lesões planas, mas sim diminuir a incidência e a mortalidade por esse tipo de câncer na população-alvo.
Em alguns pacientes portadores de alterações genéticas, o câncer pode ocorrer antes dos 50 anos. O sexo feminino é discretamente mais afetado do que o masculino. O melhor prognóstico do câncer de intestino grosso está relacionado à prevenção e ao seu diagnóstico em fases iniciais. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer são a dieta rica em gorduras e pobre em substâncias com fibras, a falta de exercícios físicos, obesidade e o tabagismo. Sendo assim, os hábitos que previnem o surgimento do câncer são uma dieta pobre em gordura e rica em frutas, verduras e cereais, o abandono do tabagismo, a realização regular de exercícios físicos e a manutenção do peso ideal.
Outro fator de risco para o câncer de intestino são a história familiar deste tipo de câncer, principalmente de parentes próximos, como avós, pais, tios, primos de 1º grau e irmãos. O desenvolvimento deste tipo de câncer ocorre de duas formas: através do surgimento de lesões pré-malignas conhecidas como pólipos intestinais, ou através de alterações genéticas e hereditárias.
Aproximadamente 15% dos tumores malignos do intestino grosso estão relacionados à hereditariedade, ou seja, estão presentes em pessoas com alterações genéticas, e são mais comuns em pacientes abaixo dos 50 anos. As duas doenças mais comuns são a polipose adenomatosa familiar (PAF) e o câncer colorretal hereditário não polipóide (HNPCC). A polipose adenomatosa familiar se caracteriza pelo surgimento de milhares de pólipos pré-malignos no intestino grosso devido a um erro genético. Como estes pólipos surgem na infância e adolescência, a chance de um dos pólipos se tornar um tumor de intestino durante a vida do paciente é de 100%. Devido a isto, estes pacientes devem ser submetidos à retirada de todo intestino grosso como forma de prevenção ao câncer.