Estudo Revela Potenciais Benefícios Contra o Câncer Colorretal, mas Especialistas Alertam Sobre Riscos
A aspirina, amplamente reconhecida por seus múltiplos benefícios à saúde, incluindo o alívio da dor e a prevenção de ataques cardíacos, voltou ao centro das atenções após um novo estudo sugerir que pode aumentar a sobrevivência de pacientes com câncer colorretal. Contudo, especialistas destacam que, apesar de ser uma droga acessível e comum nos lares, seu uso não está isento de riscos significativos.
O Dr. John A. Baron, professor de Medicina na Escola de Medicina de Dartmouth, ressalta a importância da aspirina, mas adverte sobre seus efeitos colaterais. “A aspirina é uma droga fascinante, mas, como qualquer medicamento, possui efeitos adversos,” afirma Baron, referindo-se ao risco de sangramentos gastrintestinais e derrames hemorrágicos.
O estudo, publicado no “The Journal of the American Medical Association”, revelou que pacientes com câncer colorretal que tomavam aspirina regularmente apresentavam uma probabilidade significativamente maior de sobreviver à doença. Aqueles que começaram a usar a aspirina após o diagnóstico reduziram o risco de morte quase pela metade.
Apesar das descobertas promissoras, o Dr. Alfred I. Neugut, oncologista da Universidade de Colúmbia, alerta que o estudo precisa ser replicado para confirmar seus resultados. Ele lembra que o estudo não foi um teste clínico controlado, o que limita a robustez das conclusões.
Estudos anteriores já indicavam que a aspirina poderia ajudar na prevenção de tumores no cólon, mas o novo estudo foi o primeiro a mostrar que a aspirina pode aumentar a sobrevivência de pacientes com câncer colorretal. A propriedade anticâncer da aspirina está ligada à sua capacidade de inibir a enzima COX-2, que está associada ao crescimento de células cancerígenas.
O Dr. Otis Brawley, diretor médico da Sociedade Americana do Câncer, observa que, embora os benefícios potenciais da aspirina sejam notáveis, o uso regular do medicamento deve ser cuidadosamente considerado devido aos riscos envolvidos, especialmente em doses diárias, que podem aumentar o risco de sangramentos graves.
Por fim, a Dra. JoAnn E. Manson, do Brigham and Women’s Hospital, enfatiza a importância de consultar um médico antes de iniciar qualquer regime de aspirina, destacando os perigos mesmo em doses baixas. Ela reconhece, entretanto, que pacientes diagnosticados com câncer colorretal podem não ter o luxo de esperar por mais estudos conclusivos antes de considerar o uso da aspirina como parte de seu tratamento.
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