A incidência de câncer de pâncreas tem aumentado sem tréguas desde o início deste século. Essa doença ocupa hoje o quarto lugar no ranking das causas de morte por câncer nos Estados Unidos. Aproximadamente 30 mil novos casos são diagnosticados por ano e 26 mil mortes são atribuídas a esse tipo de câncer no mesmo período. No Brasil, o mal é responsável por 2% de todos os casos novos de câncer ao ano, e por 4% de todas as mortes relacionadas com câncer no País. Os procedimentos cirúrgicos promovem a única chance de cura, e mesmo com a diminuição da mortalidade cirúrgica nas últimas décadas a sobrevida em longo prazo é ainda pouco satisfatória.
As causas do câncer pancreático permanecem desconhecidas, embora diversos fatores ambientais, mais precisamente o tabaco, seja o vilão mais apontado. Calcula-se que o tabagismo seja o responsável por 30% dos casos e esse risco é proporcional à quantidade de fumaça inalada. Ainda o álcool e o café foram, tempos atrás, mencionados como fatores de risco, porém estudos mais aprofundados falharam em confirmar esta hipótese. Dieta rica em gordura e o uso excessivo de carne vermelha estão associados a um aumento no número de câncer pancreático. Pancreatite crônica, exposição ocupacional aos derivados de petróleo e pesticidas como o DDT, ressecção gástrica para doença ulcerosa péptica e diabetes mellitus também são situações associadas ao câncer de pâncreas.
QUADRO CLÍNICO
Tais pacientes na maioria das vezes apresentam sintomas inespecíficos, o que contribui bastante para um diagnóstico tardio. As queixas mais freqüentes são: dor, perda ponderal e icterícia.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico se faz através de uma história clínica, exame físico e exames complementares. Os exames mais comuns são a ultrassonografia e a tomografia computadorizada do abdômen.
TRATAMENTO
O tratamento de escolha é a ressecção cirúrgica (Duodenopancreatectomia). Apesar da melhoria no diagnóstico e nas condutas cirúrgicas a ressecabilidade nos tumores da cabeça de pâncreas (local mais comum) varia entre 10 a 40%. Como é um procedimento de alta complexidade em pacientes freqüentemente acima do cinqüenta anos, tabagistas e etilistas por longa data as complicações cirúrgicas são também elevadas, ocorrendo em torno de 50% dos casos.
Os tratamentos complementares associados à operação incluem rádio e quimioterapia, e têm apresentado um resultado mais encorajador nos últimos anos com o surgimento de novas drogas.