O linfoma é um tipo de câncer que afeta o sistema linfático, responsável pela defesa do organismo contra infecções. Formado por gânglios (ou linfonodos), o sistema linfático produz linfócitos, as células de defesa. No linfoma, ocorre uma proliferação desordenada dessas células, podendo resultar em tumores em diversas partes do corpo, como abdômen, virilha, pélvis, axilas e pescoço.
A doença se divide em dois principais tipos: linfoma de Hodgkin e linfomas não-Hodgkin (LNH). A distinção entre eles está na constituição celular. O linfoma de Hodgkin é caracterizado pela presença de células Reed-Sternberg, enquanto os linfomas não-Hodgkin englobam uma variedade de subtipos com características celulares e clínicas diversas.
Epidemiologia e Fatores de Risco
O linfoma é o quinto tipo de câncer mais frequente no mundo, com uma incidência crescente nos últimos 25 anos, especialmente entre pessoas acima de 60 anos. A incidência de LNH aumenta progressivamente com a idade, sendo mais comum após os 40 anos. Nos Estados Unidos, são esperados cerca de 43.000 novos casos por ano, com um leve predomínio em homens. No Brasil, os dados são menos conhecidos, mas estimativas para o Distrito Federal apontam para cerca de 150 novos casos em 2005.
Embora a maioria dos pacientes não apresente fatores de risco claros, alguns elementos podem estar associados ao linfoma, como a idade avançada, infecções virais (HIV, Epstein-Barr), imunossupressão, exposição a solventes orgânicos, pesticidas e radiação. No entanto, em muitos casos, a causa do linfoma permanece desconhecida.
Sintomas e Diagnóstico
Os sintomas comuns do linfoma incluem o aumento dos linfonodos, perda de peso inexplicada, sudorese noturna, coceira no corpo, anemia e queda das plaquetas no sangue. O diagnóstico é realizado por meio de exames de imagem e biópsia, onde uma pequena porção de tecido é retirada para análise em laboratório. Quando diagnosticado precocemente, como no caso da ex-ministra chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, as chances de cura podem ultrapassar 90%.
Tipos de Linfomas Não-Hodgkin
Os LNH podem ser divididos em dois grandes grupos: indolentes e agressivos. Os linfomas indolentes, formados por células pequenas, crescem lentamente e são mais comuns em pacientes idosos. Já os linfomas agressivos, constituídos por células grandes, se desenvolvem rapidamente, predominando em pacientes mais jovens.
Entre os subtipos de linfoma de células B, destacam-se o linfoma difuso de grandes células B (30,6%), o linfoma folicular (22,1%) e o linfoma MALT (7,6%). Já os linfomas de células T incluem o linfoma T periférico (7,6%) e o linfoma anaplásico de grandes células (2,4%).
Tratamento e Prognóstico
O tratamento do linfoma depende do tipo e estágio da doença, podendo incluir quimioterapia, radioterapia e, em casos mais graves, transplante de medula óssea. Recentemente, os anticorpos monoclonais, como o rituximabe (MabThera®), têm se destacado como uma nova arma no tratamento, agindo especificamente contra as células cancerígenas e preservando as saudáveis. Esse avanço oferece aos pacientes maiores chances de cura com menos efeitos colaterais, como náuseas e alopecia.
Conclusão
O linfoma, apesar de ser um câncer complexo e com várias nuances, possui tratamentos eficazes, especialmente quando diagnosticado precocemente. A conscientização sobre os sintomas e a busca por atendimento médico são essenciais para aumentar as chances de cura.