Centro Brasiliense de Cirurgia e Endoscopia

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Biópsia Hepática

Em uma biópsia hepática, é retirado um pequeno fragmento de tecido do fígado para que seja examinado pelo médico patologista, a fim de observar sinais de danos e doenças. Uma agulha especial é usada para obter este fragmento. O médico indica a biópsia quando exames sugerem que há alguma doença no fígado. Por exemplo: os exames de sangue podem sugerir que o fígado esteja sendo agredido por vírus ou outras causas. Um ultrassom pode sugerir que o fígado esteja aumentado de volume ou com sua textura alterada. Observar o tecido hepático em si é a melhor maneira de estabelecer o diagnóstico e de prover informações sobre o estágio da doença e seu grau de atividade.

Preparo 

Antes de agendar a biópsia, o médico irá solicitar exames de sangue para checar se a coagulação sanguínea está normal. Deve-se informar todas as medicações em uso atual ou recente, especialmente aquelas que afetam a coagulação como anticoagulantes, aspirina e anti-inflamatórios. Se estas medicações estiverem sendo usadas, seu uso deve ser interrompido uma semana antes do procedimento.

Deve ser respeitado jejum de oito horas antes da biópsia. O médico irá informar se o paciente deve ou não tomar suas medicações de uso regular durante o período de jejum e pode também fornecer informações complementares. 

O Procedimento

A biópsia hepática é considerada uma cirurgia de pequeno porte, e por isto é feita em ambiente hospitalar. Para a biópsia, o paciente deita de barriga para cima e coloca sua mão direita atrás da cabeça. Após localizar e marcar os bordos do fígado e realizar uma anestesia local, o médico fará uma pequena incisão na porção inferior direita da caixa torácica. Por esta incisão, a agulha é avançada e retirará uma amostra de tecido hepático. Muitas vezes, o ultrassom é usado para guiar a agulha com mais segurança ou em direção a um ponto específico do fígado.

O paciente deve ficar bem parado para que não haja acidentes como punção do pulmão ou da vesícula biliar, que estão próximos ao fígado. O médico solicitará que o paciente pare de respirar por 5 a 10 segundos enquanto a biópsia é realizada. Pode ser sentida uma pressão ou uma dor “surda”. O procedimento inteiro dura cerca de 20 minutos.

Dois outros métodos de biópsia também estão disponíveis. Na biópsia laparoscópica, o cirurgião insere um tubo especial chamado laparoscópio através de uma incisão no abdome. O laparoscópio envia imagens do fígado a um monitor. O médico observa o monitor e usa instrumentos passados através da parede abdominal para remover amostras de tecido de uma ou mais partes do fígado.

A biópsia transvenosa envolve a inserção de um cateter através de uma veia do pescoço. O cateter é guiado até o fígado. O médico, então, coloca uma agulha no cateter e faz a biópsia. Esta técnica pode ser usada quando há problemas de coagulação ou acúmulo de fluidos no abdome (ascite).

Recuperação

Depois da biópsia, é feito um curativo e o paciente deita sobre seu lado direito, comprimindo o local da biópsia, por 1 a 2 horas. A enfermeira irá monitorizar os dados vitais (pressão arterial, pulso) e o nível de dor. 

Deve haver alguém para levar o paciente para casa, uma vez que não é permitido dirigir após o procedimento em virtude da sedação utilizada. O paciente deve ir diretamente para casa e permanecer na cama (exceto para usar o banheiro) por 8 a 12 horas, dependendo de seu médico. Além disto, deve ser evitada sobrecarga física na semana seguinte, para que a incisão e o fígado cicatrizem adequadamente. Pode ser esperada uma ardência no local da incisão e possivelmente dor no ombro direito. Esta dor é causada pela irritação do diafragma, e desaparece em algumas horas a poucos dias. O médico pode indicar o uso de analgésicos para a dor, mas deve ser evitado o uso de aspirina ou anti-inflamatórios pela primeira semana após o procedimento. Estes remédios afetam a coagulação do sangue, que é crucial para a cicatrização.

Como qualquer cirurgia, a biópsia hepática tem seus riscos: punção do pulmão ou da vesícula, sangramento, dor e infecção; porém estas complicações são raras.